Se não deu certo, ótimo.


Ei, esse coração anda batendo preocupado, ? Relaxa. Aceita de boa que eu diga que, por vezes, é assim mesmo? Ok. Deixa eu mandar a real? Então, olha só: ainda vai doer um tanto, mas passa. Como tudo na vida. Com uma dose de tequila e tempo, tudo passa. É mesmo. Pode rir.
Alguém disse que das dores do mundo, a de amar, essa é uma das menores. E, garota.. é a mais pura verdade! Ainda vão existir outros amores, outras decepções pela tua caminhada. Nem precisa ir muito longe não. Essa não foi a tua última vez que entrastes nesse campo de batalha e saiu ferida. Não adianta tentar exterminar a qualquer custo os teus sentimentos. Não vai parar por aí.
Apesar do teu ego querer ouvir, vou mentir se eu disser que só existem maravilhas. Até quando a guerra está ganha ainda existe luta pra dar certo, existe batalha. Constante. Não  sendo pessimista,  bom? Longe de mim querer tirar as tuas esperanças de uma vida como imaginas. Você ainda terás o que esperas, mas não aguarda por água com açúcar não. As pessoas não são perfeitas. Elas erram. As histórias são mais verdadeiras do que se sonha e isso nem sempre é bom. Muitas vezes, doi, machuca, derruba, rala os joelhos. Haverá quem te magoe, quem te faça sentir a pior pessoa do mundo, quem não vai querer arriscar assumir teu amor em praça pública, quem tentará te aprisionar a horizontes limitados e mais um bocado de farsantes que dirão sentir, mas que pouco ou nada sentem. Não se permita a isso.
E é com essas palavras duras jogadas no ventilador que se olha a vida daqui pra frente, entendeu? Pra não ter mais que sujeitar a nada assim. Pra não acreditar que é normal estar no fundo do poço onde as lágrimas se misturam àquela água parada ali. Aprende. Dá a volta por cima. Você consegue. Tira proveito da situação que te fez chorar. Aprende a nadar. Escala o poço. Volta à vida. Tira proveito dessas histórias que foram pra olhar com atenção pra o que virá, o futuro, quando outras surgirem novamente prometendo mundos e fundos. Desconfia um pouco do que é fácil. Se deixa desconfiar daquele encantamento inicial no relacionamento que cega coisinhas que eram ditas e tratadas como banais e que se engrandecem de forma insustentável que culminam na dor que te corroi hoje.
Tem hora que é perda, que é dor, colocar pra rua o que parecia ser felicidade. Nem sempre se percebe fácil. Mas é sempre vitória, ganho, quando se liberta do hábito de abraçar​ o que não faz bem. Leva tempo, empenho. Desenvolvimento de autoconhecimento. Percepção. Energia. Suor de uma força que se faz ao olhar pra si e pesar na balança pra encontrar um jeito de aceitar, como diz naquela música, que se deu certo , bem, se não deu certo, ótimo. Vida que segue. Sorria, meu bem. Sorria que as coisas mais belas habitam na tua essência.
Thomaz Cunha escreve



É a geração que se diz desapegada. Pelo menos, por onde passa, tentam deixar isso claro, estampado pra quem quer que seja. Nada de se envolver demais, dizer que se importa, que está com saudade e que ama.

Deus que os livre!! Sem essa de "se mostrar vulnerável" frente a alguém que nutre algum sentimento por eles. Vá que dê tudo errado e fiquem a ver navios na praia. Vá que estejam à bordo de um novo Titanic e ele afunde no meio da viagem. É melhor prevenir, dizem.

Não, não, sem chance de nadar, amar e morrer na praia, sem que haja a alternativa segura de que alguém os salvem. É mais fácil manter as aparências. Dar uma resposta às mensagens recebidas no meio da tarde só depois de vinte e três horas. Tem é que deixar no vácuo e dizer que dormiu. É isso. É o protocolo. Fazer o outro sofrer. Ter uma morte lenta, como falam por aí. Nada de pagar de desesperados, de correr atrás. Sem essa.

Toda uma geração que não se apega, só se pega. Preferem a superficialidade a viver o que sentem e, talvez, bem improvável, levarem um tombo que é, totalmente, normal, com quem realmente valha a pena, que os valorizem. Não querem batalhar um pouquinho mais para conquistarem quem desejam. É a geração do desprezo na qual a frieza é a primeira forma de tratar as pessoas com jogos desnecessários pra tentar se parecer mais forte.

Só que não é bem assim que funcionam. Eles se apegam sim. "Tudo bem, eu quero mesmo é viver a vida, não vamos ter nada sério". Apenas da boca pra fora, já que em quatro paredes, no quarto, remoem dúvidas, roem unhas e perdem os cabelos, tentando manter a postura de reis e rainhas do gelo, da frieza, do amor-próprio, na frente de todo o mundo sorrindo amarelo como se nada esteja acontecendo.

Essa triste geração precisa se alegrar, colocar suas entranhas sentimentais expostas sem medo, não ter medo de arriscar mergulhar de cabeça, como nunca talvez tenham feito, e dizer que se importa, que sente falta, que "você é importante, sim, pra mim", sem receio de parecer boba. De maneira alguma, tratar o frio na barriga como dor no estômago. Talvez seja amor. Às vezes, vale a pena dar uma chance pra o que se sente. Apegar-se.

Thomaz Cunha escreve


Desculpa ser intrometido e acabar com a sua 'bad'. Sim, foi amor enquanto durou. Angelina e Brad Pitt terminaram, sim. Outro dia, Fátima e Willian Bonner terminaram, sim. E o amor existe, sim, caramba, e ele também termina. Não é porque meia duzia de relações, que você vê, tenham se findado depois de um mês, dois anos ou das bodas de ouro que o coitado do amor não tenha mais direito de existir. Deixa ele respirar em paz e viver como queira.

Amor começa, tem meio e, muitas vezes, termina e não é com um final feliz ou como a gente vê por aí em foto cheia de filtro no instagram. Às vezes, é cada um para seu canto mesmo, dividindo os bens (quem fica com o cachorro? quem fica com a geladeira?), dando o famoso tempo, tornando-se melhores amigos ou inimigos. Amor que não tem fim é porque tem quem o recicle. Amor é sentimento que precisa de entrega, dedicação, respeito, desejo de estar com aquela pessoa para torná-la melhor ou para você se tornar melhor.

Amor existe, sim, e também acaba. Será que a gente precisa mesmo carregar alguém nos ombros só para dar o gostinho a nossa cabeça de ficar gritando que o amor é infindável ou a outra ideia que construímos no nosso imaginário? Claro que não. Foi amor enquanto durou, entenda. Dois dias, dois meses ou 20 anos.

Amor acaba todos os dias. A comédia romântica é utopia. Dentro de todas as casas, dentro de todas as relações, muitas vezes, o amor tem fim, sim. Ele não é eterno. Tem altos e baixos, tem paradoxos. Foi amor enquanto durou. Deixa Brad, Angelina, Fátima, Willian, Camila, José, Beltrana e Ciclano e outros tantos terminarem, partirem para outra ou retornarem, mas não deixe de acreditar pois, ainda, sim, vai ser amor, independente do que aconteça.
 
Thomaz Cunha

Acredito que agosto não seja o mês do desgosto. Para mim, é só mais uma rima que, todos os ano, as pessoas fazem por acharem legal e tal. Agosto desgosto. Fim. Superficial. Rima essa de muito mau gosto. Coitado do mês que nada fez, gente. Tudo bem que ele parece ter 365 dias, sim. Não há como negar. Mas ele é culpado por tudo? E o janeiro, o julho, o setembro ou qualquer outro mês?

Isso tudo me parece uma desculpa para os erros e medos aflorados e descontrolados. Um meio para achar que algo saiu do controle e não foi nossa culpa, por que a gente está sempre querendo encontrar motivos que nos eximam das nossas bobices e nos levem a pensar que estamos sempre certos. É aquela velha história da autossabotagem.

O que depende da gente, tudo bem. O que foge do nosso controle, outros quinhentos. Será que quando chega agosto não estaríamos precisando parar, beber uma água, respirar, olhar para trás, refletir e seguir? Será que realmente é um mês, entre doze, que vai fazer todo o sentido na nossa vida?

Somos livres e um mês, por si só, não faz tanta diferença assim, quando, na verdade, somos nós que permitimos o que vale a pena e, muitas vezes, o que não vale, ficar.

Pode ser agosto, pode ser setembro ou até janeiro. Pouco importa. O que importa é o que você faz com as suas escolhas. Com sua vida, seja o mês que for. Não dá para ficar esperando que a vida melhore sem fazer nada acontecer. Esperar que um mês acabe para tudo prosperar. Esperar a segunda-feira para começar uma dieta, começar a malhar. Esperar não faz nada cair do céu.

Para mim, agosto é apenas um mês a gosto de você e qualquer coisa além disso é rima. E só. Não é um abacaxi na nossa vida.

Espero que setembro seja melhor. Se você precisa ler isso. Caso contrário, teremos que encontrar uma rima para ele também. Complicado.



São dias cheios, vidas conturbadas e pessoas complexas. Um dia consome o outro em uma velocidade irrefreável em que estamos imersos em busca da felicidade. 

Esquecemos coisas simples. Respirar pelo nariz, soltar pela boca. Dormir oito horas. Tomar dois litros de água por dia. Fazer exercício físico. Alimentar-se bem. Olhar para dentro de si. Olhar para o lado.

São dias e mais dias que esquecemos de nós. Não nos olhamos, não nos sentimos e ficamos pecando por essa omissão burra de nos ausentarmos da própria vida.

"Você não pode chorar. Você é forte."

Nessa onda de querer o extraordinário esquecemos do simples, de atingir metas razoáveis, não tão menos importantes, e de ter cautela conosco, como respirar, dormir, tomar água. Sim, tomar água. Esquecemos do que importa.

"Não reclame. Não vá desmoronar. Não corra para o colo de ninguém." A gente ouve isso a todo momento. 

A gente vive querendo surpreender e esquece que a melhor surpresa é ser simples, ser a gente mesmo. Simplicidade. Autenticidade. Ser essência, não aparência.

Sim, ser quem somos. Tudo bem você recusar ler tal filósofo, assistir zorra total, preferir tomar chá de boldo por detestar remédios, meditar no parque aos finais de semana fugindo de festas lotadas, ouvir sertenejo e acabar chorando ao lembrar de um amor que sucumbiu, e terminar a noite pagando o maior mico em um bar cantando karaokê. Tudo bem! 

Ninguém é perfeito. Alguém gostará de você assim, com suas fraquezas, defeitos e manias. Não precisamos nos complicar para agradar. Não precisamos nos complicar para parecer um modelo de perfeição que a gente sabe que não existe.

Por favor, não tenhamos medo do simples, do clichê, mesmo que sejamos assim. Se precisar chore, fraqueje, reclame, desmorone, corra para o colo de alguém.

Procure o que estiver procurando por você, mas corra daquilo que leva você a uma realidade que não lhe permite ser quem você é. Se a simplicidade lhe procurar, agradeça. Algo de extraordinário há nisso. Cuidado com ilusões.

A gente vive esperando surpreender, mostrando uma fortaleza onde existe na verdade um mar conturbado, e essa mania de querer agradar seja lá quem for ainda vai nos levar a esquecer quem realmente somos. Simples, mas grandiosos quando valorizamos nossa essência. 

Nossa simplicidade agrada, sim. Como dizem, é bonito ser simples, ser sincero, ter franqueza.



Somos loucos. Somos loucos só por arriscarmos viver. Que engraçado. Vivemos sonhos, aventuras, desvendamos mistérios. Ousamos.

Somos loucos por não dançarmos no ritmo da música, por teimarmos em acreditar no impossível, por corrermos na chuva, por entrarmos em montanhas-russas. Tentamos.

Somo loucos porque inércia não nos satisfaz, medos não nos impedem, verdades não nos machucam. Desbravamos.

Somos loucos de amarrar, prender. Até porque, falam por aí, é crime viver. É crime sair do padrão. É crime afrontar a normalidade de esperar. Somos loucos e gostamos.

Não somos loucos aos poucos de jeito nenhum. Gostamos de intensidade. Não contemos nossa dita estranha loucura de viver. Somos loucos aos olhos dos outros, mas, para nós, tudo bem.

Somos loucos. Despertamos nossa loucura ao sair na chuva sem proteção, ao crer em nossas fantasias reais e irreais, ao optar pelo movimento de algo que nos traga mais loucura e dê motivos de que tudo valha a pena.

Não enlouquecemos aos poucos. Pelos olhos vemos o mundo e essa loucura cura. Ousamos. Tentamos. Desbravamos.

Prazer, denominamo-nos aqueles que despertaram para a vida. Vivemos.



Deixa eu contar uma coisa: crescer não é fácil e não é tarefa simples, principalmente, para aqueles que aos quatro cantos bradam o desejo de conquistar o mundo para além da porta de casa.

Viver é amadurecer e é dar a cara a tapa sem medo das consequências. Além disso, é agregar à própria vida o resultado de cada coisinha pequena que fazemos cotidianamente, refletindo sobre isso ou aquilo, não menosprezando o significado do que acontece. Pesar conquistas e fracassos, ouvir e ser ouvido, entender que erros pela segunda vez são burrices, tolices, cegueiras, mas, mesmo assim, tentar fazer as melhores escolhas possíveis para não sair disso tudo sem deixar marcas, impressões de uma vida vivida.

Amadurecemos, essencialmente, porque as situações pedem. Amadurecemos por que agir como eternas crianças não nos faz bem. Precisamos arriscar, encarar e tornarmos responsáveis. Amadurecer não é endurecer. Não, não é isso. Não temos que perder aquele brilho no olhar. Apenas precisamos cair do pé como frutas maduras. Sorrindo com mais segurança, vivendo com mais ousadia, falando nossas ideias sem receio de se reinventar.

Percebemos que amadurecemos quando esfolar os joelhos é, praticamente, insignificante na segunda ou terceira queda; quando a nossa vida é mais vista de perspectivas incomuns, até então, depois daquele fracasso, daquela decepção, daquela vitória, daquela ilusão, e dizemos, bem baixinho, para nós mesmos, que tal tristeza, não merece tanta prioridade. Tornamos capazes de selecionar nossas preocupações.

Amadurecemos quando nos permitimos sentir  a vida como ela é. Sem fechar os olhos, sem medo de tombos, sem nos escondermos em baixo da cama com medo do bicho papão. Amadurecemos quando damos prioridade para aquilo que nos faz bem, quando sabemos até e para onde queremos ir, e de quebra percebemos, quem, realmente, é fundamental conosco. Pesos são descartáveis nesta viagem longa e com tantas bagagens importantes a levar.

Amadurecemos quando não queremos cometer os mesmos erros, entendidos das nossas limitações, e tentamos, de alguma maneira, encontrar uma nova saída para problemas passados. Amadurecemos quando percebemos que precisamos de um tempo só nosso e que começamos a avaliar mais com a razão do que com a emoção, sem perder o amor, a sensibilidade da vida, dentro dos dois, dentro de nós.

Quando só vemos a vida passar não amadurecemos. Quando deixamos de sentir o que precisamos sentir, não amadurecemos. Quando desistimos de sonhar, não amadurecemos, por isso sonhe.

Enfim, amadurecer é viver o que for preciso ao menos uma vez e aprender um pouquinho, mesmo que não seja fácil. Ninguém poderá dizer que é. Tem uma hora que decidimos dizer "já chega de bolinhos" e encarar a realidade dura que é amadurecer.
 

Obs: Por que a Izzie Stevens do Grey's Anatomy na imagem do texto? Foi a inspiração para este texto sobre amadurecimento. Ela realizou uma jornada de crescimento, os bolinhos foram uma parte disso e você entenderá melhor se assistir a partir do episódio 8 da primeira temporada. :)