AMOR É AMOR E DEIXA SEUS RESQUÍCIOS

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Falar de amor é meio complicado. Inclusive, procuro deixá-lo de lado quando escrevo. Ele nunca foi um sentimento em que você pode conceituar, demarcar limites, descobrir seus caminhos e entender seus efeitos colaterais. Compartilho da ideia que é fogo que arde sem se ver. Por que não o entendemos. É um paradoxo, é geometria, é trigonometria, é verbo ou bem pior do que outras matérias da escola.

Ele aparece do nada, constroi morada por tempo indeterminado, forma dupla com seu coração para fazer desequilibrar a sua razão. É estranho, misterioso, ligeiro, arisco, perspicaz, sorrateiro para acertar quem ele deseja. Quem pede uma dose, recebe cupom para sorteio de uma garrafa e ainda se ganha. Todo mundo ganha. O cupido direciona as flechas, cerra os olhos e solta-as. Ele não escolhe seus hospedeiros.

Eu nunca suportei a condição dada ao amor de água com açúcar, bolacha Maria de torta de chocolate, a imortalização do final feliz, sendo igual aqui e ali na vizinha como é nas histórias do horário nobre. Quando alguém vem me contando suas peripécias amorosas fico ansioso para descobri o que acontece antes do the end, porque eu sei que nunca acaba ali. Vira uma saga. Como se ainda me restasse uma esperança de que, de alguma maneira, a vida se tornasse novela ou filme de comédia romântica.

Tudo que já mexeu o nosso íntimo, fez palpitar a perna no mesmo ritmo do coração, fez suar as mãos, uma hora volta a se remexer no nosso baú. Algum sentimento nos remete. Amor é amor e deixa seus resquícios, mesmo depois de ter feito as suas malas. Se alguém entendê-lo, avise-me.

;)


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