A metade certa

0 Comments

Não se pode viver de garantias. Se as escolhas partirem desse pressuposto, bem, algo pode dar errado. Na verdade, toda a escolha tem metade de chance de ser um sucesso e outra metade de ser um fracasso. Por isso digo: não podemos acreditar, plenamente, em garantias para viver nesse mundo. Você pode, é claro, optar pelo que é mais conveniente, mais adequado, mais certo. Mas não adianta. Nesse mundo mundo, fazemos nossas escolhas. Isso mesmo. Todos fazemos. É quando percebo que a garantia de escolher tal caminho não quer dizer nada. Você escolhe. Vem outra pessoa e sem querer, mas querendo, é claro, faz a própria escolha baseada no que vê e pensa. Então, muda tudo. Pode afetar até você. Pode ou não pode. Não se tem garantia de nada. Qualquer coisa pode dar errada.

Sonhos, pessoas, animais de estimação e momentos, por exemplo, são insubstituíveis. Não é qualquer pessoa que vale uma amizade de dez anos ou outro amigo canino que ocupa o lugar no coração do dono. Nem mesmo depois de um bom tempo. Cada amigo é insubstituível. Assim como determinados momentos não desaparecem do nada. Ficam tatuados na alma, marcados na agenda da mente, perseverantes contra  os vendavais da vida. Costumo dizer que meus sonhos são dessa forma. Para mim, são insubstituíveis. Posso deixá-los de lado, mas não os esqueço. Posso guardá-los em uma gaveta, mas na primeira possibilidade uso-os. Posso colocá-los para ninar à noite, mas na manhã seguinte o despertador toca e juntos acordam-me.

Sonhos não possuem garantia de darem certo. E mesmo que o resultado seja o fracasso, a  metade ruim das chances, eles são insubstituíveis. Tentar novamente talvez seja a forma de colocar um ponto final. De conquistar a garantia definitiva, o resultado final, a chegada do caminho, a metade certa. É melhor filtrar o sonho e buscar a garantia de ser feliz. Porque depois, amigo, não tem quem consiga colocar um dedo no que, realmente, é seu.

Thomaz Cunha



You may also like

Nenhum comentário: