Somos livres e não devemos ser presos a nada e a ninguém

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Somos livres e não devemos ser presos a nada e a ninguém. Situações, objetos, pessoas ou memórias ruins.

Em tese, somos desconectados fisicamente da nossa mãe, pelo cordão umbilical, logo ao nascer, desparafusamos as rodas auxiliares da bicicleta para pedalarmos livres e equilibrados, findamos amizades e outros relacionamentos quando bem e melhor entendemos. Deveria ser.

Tudo deveria ser assim. Estabilidade. Equilíbrio. Independência. Decisão. O que é bom fica, o que é ruim bênção e tchau. Queremos, sim, ter chão  emocional consistente e qualquer outro que seja também, quem não quer? Mas nada que nos faça perder as asas, impeça pulos, refaça rotas, minimize conquistas ou encante nossos sentidos para não vermos mais o que há para o além do aqui, do presente.

Somos criados para o mundo, já bradam as mães mais para frente, visionárias. Somos aqueles criados para voar, conhecedores dos próprios  horizontes e que percebem, logo de cara, que inexistem. Afinal, o mundo é nosso e deveríamos acreditar nisso.

Reafirmo: somos livres e não devemos ser encarcerados a nada e a ninguém. Situações, objetos, pessoas ou memórias ruins. Qualquer coisa que nos faça ficar preso, estático, involuído, merece ser livre. Livre de nós. Pesos não merecem espaço. Merecem utilidade, destino, e encaminhá-los a vida é deixá-los que caiam no esquecimento, tornem-se banais, sem importância e é abrir espaço para o novo.

Ao perder a capacidade de voar, desconhecemos o conhecido, duvidamos do compreendido e perdemos a esperança de que a tentativa e, até mesmo, o voo, não valham mais a pena. Como se nada a mais fosse somar, como se o resto fosse proibido, fora dos nossos territórios, das nossas possibilidades.  

Que todo mundo voe, mesmo com muitas quedas Esse é o meu desejo àqueles que vejo presos aquilo que insistem em viver ou acreditar com medo das quedas e das cicatrizes. Tudo deveria ser assim: estabilidade, equilíbrio e independência, mas isso nem sempre é. É inútil ser preso por apenas ser
- Thomaz Cunha


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